quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Plano de drenagem dos arredores do Rio Pardo fascina a todos.

É galera, ficou foda.
Venho adiando esse momento por toda minha vida, semestre por semestre me prometendo que vou tomar jeito, não deixar tudo pra última hora, ater-me aos cronogramas e compromissos que traço pra mim mesmo. Etc. Daí chega a prova de matemática.
Sim sim, minha última esperança, era o cursinho, ou melhor a última esperança para o meu caso, pois minha esperança em si era exatamente que ocorresse o oposto do que talvez fosse minha salvação – e ocorreu aliás.
O negócio é que venho tentando, ou tendo uma vontade, débil, passageira, alimentada por endorfinas ou algo do tipo – aula de natação = lugar para fazer promessas de ano novo, ou semestre novo, ou semana nova. Mas ela é débil, passageira e... alimentada por endorfinas. Ou algo do tipo.
A aula do gordinho, o professor vindo direto do mundo real e cinzento, atuante veterano na área que é uma bosta mas é legal, é um enorme banho de água fria. “300 jornalistas tentando vaga no Estadão todo ano” chuá! “15 conseguem um lugar” brrrrrrr...
O ano de cursinho foi meu último ímpeto revisionista desses meus modos vagais, que me tornam tão especial, tão cheio de... potencial! Porque, se por um lado nunca faço nada decente, posso pelo menos dizer que sou um garoto dotado de muito talento, um gênio que escolhe não se esforçar exatamente por essa sua qualidade especial. Nunca me coloco à prova, o que me deixa na condição eterna de promessa. Até eu me tornar aquele tio que poderia ter sido tanta coisa.
Era o ano pra eu tomar jeito. Se ia ser obrigado a “estudar” – em aspas porque alunos da ECA são gênios, ainda não conheci um que estudou muito pra passar – mais um ano por causa de uma mísera colocação na Fudéste – fiquei em 64 e a segunda lista chamou até o 63 - melhor que aproveitasse pra finalmente assimilar uma disciplina decente. O estado das coisas era a prova de que viver na várzea, confiando na sorte e na facilidade que tinha pra algumas matérias, não funcionava. Era hora de virar gente.
Mas daí, olhem só!, eu passei! E todo aquele modelo de mundo varzeante, mas funcional ainda fazia sentido. E fiquei na mesma.
Muito importante, sim muito importante. A partir de agora planejo utilizar uma agenda, planejar direitinho o que vou fazer, com datas! Pra não ser pego desprevenido ao fazer o que faço melhor, empurrar com a ponta de meu umbigo meus compromissos para um momento incerto do futuro. Até eu acordar e ver que já é tarde demais, a aula de capoeira já começou. Várzea, várzea. Mas muda, sim, muda.
Já dizia o mestre: “se for pra aprender alguma coisa nesses anos de faculdade, desenvolvam disciplina, acordar na hora certinha...”. Aliás, eu comentei que a falação bem costurada do gordinho quase que me coloca numa redação de jornal? É esquisito. Estimulante de uma certa forma. Um banho de endorfinas.

Pelo menos dessa vez eu escrevi um texto...

2 comentários:

sapato disse...

na internet parece tão... grande!

Pedro Sibahi disse...

É que os blogs esmagam ele pro meio da homepage!

mas voltando ao assunto principal: pelo menos aqui é um espaço onde, quando estamos totalmente inúteis, pode surgir um pingo de producência!